Postagem feita originalmente para o blog do Rogério Lima.
No final da década de 1960, se não me falhe a memória, no ano de
A inovação tinha partido do fechamento de um contrato de patrocínio da Lotus, do qual além do nome da marca tabagista estampada na lateral dos carros, este seria pintado com as cores do patrocinador e batizado com o nome do mesmo. Assim sendo nasceu o Gold Leaf Team Lotus. O imaculado verde inglês deu lugar a uma pintura branca na base da carroceria, com filetes laterais dourados que se estendiam até o bico da mesma, e o vermelho aplicado na parte superior. Visualmente a tradição foi jogada para o espaço, porém o circo da velocidade com o passar dos anos ficou multicolorido, em uma época em que os males causado pelo cigarro eram pouco conhecidos ou divulgados.
Durante a década de 1970, novas empresas passaram a patrocinar os carros da categoria, não só do ramo da tabacaria, mas dos mais diversos setores. Os patrocinadores passaram a invadir com as cores que adotavam o circo da velocidade, apenas a Ferrari manteve as tradições e cores originais intocadas. No ano de
Diversas marcas de cigarros passaram pela categoria mais rápida do planeta até o ano de 2006, ano em que na maioria dos países pelo qual a categoria passava já era proibida a propaganda da indústria tabagista, inclusive no Brasil. O ano de 2007 marcou definitivamente o adeus das marcas de cigarros estampadas nos bólidos da categoria. Nunca mais veremos o amarelo da Camel, o azul da Mild Seven, o colorido da Lucky Strike. Será mesmo? Marlboro e John Player Special permanecerão vivas no circo da Fórmula 1 em 2011.
A consagrada pintura preta e dourada, que chamou a atenção do Brasil, sobretudo com o piloto Ayrton Senna nos anos de 1985 e 1986 volta discretamente ao mundo das corridas. Especula-se que não só de boas intenções gire a parceria entre a antiga equipe Renault e a Lotus, que resolveram reeditar a consagrada pintura da legendária equipe de Colin Chapman. A equipe venceu nos bastidores uma “guerra” com a Lotus Malaia de Tony Fernandes pelo uso das cores e do nome do time que faliu no final de 1994. Resta saber se os dólares da John Player Special estão indo para a equipe, pois ao menos a pintura, de forma subliminar remete aos cigarros que comercializa.
Outro caso curioso é da toda poderosa Ferrari. A Marlboro nunca deixou de patrocinar o time, seja com o famoso “código de barras” que estampava a equipe após o banimento total da propaganda tabagista, ou com o branco combinado com as cores vermelhas, do qual invariavelmente as pessoas associam ao nome da marca de cigarros. A cartada da Philip Morris, proprietária da marca Marlboro para esta temporada, está no logo da equipe. Um desenho do qual de forma subliminar lembra um pouco o desenho do logo da marca de cigarros, além de terem sido combinadas cores e formas que dão a clara impressão de que se trata da parte superior da caixinha do cigarro.
Na Fórmula 1 não existe otário, muito menos pessoas de boa vontade, não tenha dúvidas, que a cada tragada em um cigarro da Marlboro ou John Player Special, uma parte do valor gasto pelo fumante vai parar na Fórmula 1.
Daniel Gimenes
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